Enquanto o mundo voltou suas atenções para a COVID-19 nos últimos anos, uma outra pandemia continua avançando de forma silenciosa e devastadora: o sedentarismo. Diferente de um vírus, ele não se transmite pelo ar, mas sim por hábitos diários de inatividade que, acumulados ao longo dos anos, resultam em doenças crônicas, perda de qualidade de vida e mortes que poderiam ser evitadas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo é responsável por cerca de 5 milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, estima-se que mais de 70 mil pessoas morram anualmente em decorrência de doenças associadas à inatividade física, como infarto, AVC, diabetes tipo 2, hipertensão e alguns tipos de câncer. Trata-se de um número alarmante — maior, por exemplo, do que o total de mortes por acidentes de trânsito no país.
O Brasil também aparece entre os países mais sedentários da América Latina. Um levantamento da OMS mostrou que cerca de 47% dos brasileiros adultos não praticam o mínimo recomendado de atividade física semanal, que é 30 minutos por dia.
Esse comportamento tem um impacto direto na saúde pública. O sedentarismo sobrecarrega o sistema de saúde com tratamentos para doenças que poderiam ser prevenidas com a simples inclusão de uma rotina ativa: caminhadas, atividades ao ar livre, musculação, dança, esportes ou qualquer prática que mova o corpo com regularidade.
Trata-se de uma pandemia silenciosa porque não gera alarde imediato, mas sua letalidade é lenta e constante. E a cura está ao alcance de todos: movimentar-se. Promover a atividade física regular, especialmente por meio de políticas públicas, campanhas de conscientização e investimentos em infraestrutura urbana que favoreça o movimento, é urgente.
Combater o sedentarismo não é apenas uma questão de saúde individual, mas uma responsabilidade coletiva. É hora de tratarmos essa pandemia invisível com a seriedade que ela merece.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1