A atriz Carolina Dieckmann revelou em entrevista ao programa Conversa Vai, Conversa Vem que já perdeu papéis na televisão por causa de sua aparência. Branca, loira, magra e de olhos azuis, a artista afirmou que, embora seu visual tenha lhe aberto portas, também trouxe limitações. Segundo ela, a chamada “cara de rica” foi usada como justificativa para sua exclusão de determinados personagens, o que considera um tipo de preconceito.
Carolina relembrou um episódio marcante em que foi vetada para interpretar uma cozinheira de comunidade. Determinada a conseguir o papel, ela tentou mudar sua aparência: tingiu o cabelo de castanho, usou lentes e aplicou apliques, mas nada foi suficiente para convencer o autor. “O autor falou: ‘Não, não tem cara’”, contou. A atriz questionou o motivo de seu perfil não ser aceito: “Por que não pode ter uma pessoa como eu na comunidade?”.

Outro caso citado pela atriz envolveu um papel recusado com a justificativa de que ela era “muito colorida”. Apesar de tentar negociar uma alternativa com a produção, foi informada de que sua imagem não se adequava à proposta do projeto. “Disseram: ‘Não, porque aí complica, você é muito colorida’”, revelou Carolina, que considerou a situação mais uma demonstração de julgamento baseado em estereótipos visuais.
Para a atriz, essas experiências revelam uma forma sutil, mas real, de preconceito na indústria do entretenimento. “Beleza fecha portas e abre outras. Mas é muito preconceituoso ter cara de rica”, desabafou. Segundo ela, atrelar riqueza a traços físicos como olhos claros, pele branca e nariz fino perpetua uma visão excludente da realidade. “Nesse mundo em que a gente vive, com tantos tipos de preconceitos sendo discutidos, esse também é um deles”, concluiu.
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