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Internacional

Macron critica Lula por tentar culpar Ucrânia por continuidade da guerra

A crítica foi feita durante uma entrevista transmitida ao vivo, nessa quinta-feira (05).

Durante uma entrevista transmitida ao vivo nessa quinta-feira (5), na França, o presidente francês Emmanuel Macron confrontou publicamente declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que sugeriu que a Ucrânia também tem responsabilidade pela continuidade da guerra com a Rússia. Macron rejeitou essa visão e reforçou que Moscou é o agressor no conflito.

O posicionamento de Lula ocorreu ao comentar recentes ataques ucranianos com drones contra bases militares na Rússia, ocorridos no último domingo (1). "Fiquei preocupado porque, quando se começa a discutir a paz, me parece que houve um ataque da Ucrânia a um aeroporto na Rússia", disse Lula, citando ainda rumores de uma conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin, na qual o presidente russo teria prometido retaliação.

Segundo Kiev, os ataques destruíram aviões de radar e bombardeiros estratégicos russos, sem causar mortes de civis. Um terço da frota russa capaz de carregar mísseis nucleares teria sido atingido, embora Moscou não tenha confirmado os danos.

Na sequência, Lula criticou a persistência da guerra: "As pessoas precisam se dar conta — e eu disse isso pessoalmente ao presidente Putin — que já está mais do que provada a insanidade mental dessa guerra".

Resposta firme de Macron

Em resposta direta ao presidente brasileiro, Macron foi categórico ao negar que haja simetria entre os dois lados no conflito. “Há um agressor, que é a Rússia, e há um agredido, que é a Ucrânia. Todos queremos a paz, mas os dois não podem ser colocados no mesmo patamar”, afirmou.

O presidente francês também lembrou que uma proposta de cessar-fogo, apresentada pelos Estados Unidos, foi aceita por Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, mas recusada por Vladimir Putin. “Ele iniciou a guerra e não quer um cessar-fogo”, enfatizou.

Visões sobre multilateralismo

Lula defendeu a proposta de paz construída por Brasil e China, apoiada por outros 11 países em desenvolvimento. Ele também voltou a criticar o enfraquecimento da ONU e reiterou o pedido por uma reforma no Conselho de Segurança, com maior representatividade.

Macron, porém, destacou que mais importante do que debater o formato do multilateralismo é defender os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas — como a integridade territorial dos Estados. “A violação da integridade foi causada pela Rússia, não pela Ucrânia. Um país violou a Carta da ONU e, infelizmente, ele é membro do Conselho de Segurança e recusa a paz”, declarou.

O presidente francês concluiu afirmando que todas as grandes potências — incluindo Estados Unidos, China, Brasil e Índia — devem pressionar a Rússia a encerrar o conflito e buscar uma solução negociada e duradoura.

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