O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou ao chefe interino da Coordenação de Sanções dos Estados Unidos, David Gamble, nessa terça-feira (06), que o Brasil descarta a possibilidade de classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. O representante norte-americano foi recebido por integrantes da área técnica do Ministério da Justiça.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, afirmou que essas facções criminosas não atuam “em defesa de uma causa ou ideologia”, mas sim com o objetivo de obter lucro por meio de atividades ilícitas.

Embora não tenha participado da reunião com Gamble, Sarrubbo declarou à coluna , do jornal Folha de S.Paulo: “não consideramos as facções organizações terroristas. Em primeiro lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam o lucro através dos mais variados ilícitos.”
O representante do governo norte-americano, que atuou durante a gestão de Donald Trump, não foi recebido pela cúpula do Ministério da Justiça. O ministro Ricardo Lewandowski estava em Madri, na Espanha, onde participou da abertura de um seminário promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na segunda-feira (05).
Apesar disso, Gamble elogiou os esforços do Brasil no combate ao crime organizado. Segundo ele, o país “tem dado respostas e trabalha ativamente” contra as facções criminosas.
No último sábado (04), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que Gamble estaria no Brasil para discutir possíveis sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No entanto, a Embaixada dos EUA no Brasil esclareceu que a visita do diplomata tem como foco o combate ao crime organizado transnacional.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também abordou o tema. Na segunda-feira (05), ele se reuniu com Ricardo Pita, conselheiro do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, membro da delegação que acompanha Gamble. Durante o encontro, Flávio defendeu a classificação do PCC e do Comando Vermelho como organizações terroristas.
“Precisamos dessa interlocução com autoridades internacionais que estão acostumadas a combater esse tipo de marginal, inclusive declarando essas organizações aqui no Brasil como organizações terroristas”, afirmou o senador.
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