Todos os dias, a população é bombardeada por propagandas que reforçam uma perigosa ideia: a de que qualquer sintoma, desconforto ou emoção deve ser imediatamente tratado com um comprimido. O marketing da indústria farmacêutica está em todos os cantos — televisão, rádio, redes sociais, outdoors — promovendo soluções rápidas e fáceis para problemas que, muitas vezes, poderiam ser resolvidos com mudanças no estilo de vida.
Criou-se uma cultura em que o uso de medicamentos ou a ser visto como sinônimo de cuidado com a saúde. Entretanto, o que deveria ser uma ferramenta pontual para tratar doenças reais se transformou em um hábito constante e, por vezes, desnecessário. Há remédio para dor de cabeça, para dormir, para acordar, para comer mais, para comer menos, para ficar calmo, para ter energia… e tudo isso oferecido como primeira e única opção.

O problema é que essa lógica alimenta uma população cada vez mais medicalizada e dependente, que a a ignorar os verdadeiros pilares da saúde: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, sono de qualidade, convívio social e gestão do estresse. Nenhuma pílula substitui o efeito duradouro de um corpo ativo, de uma mente estimulada e de uma vida com propósito.
É claro que os medicamentos têm seu papel e, em muitos casos, são fundamentais. Mas o exagero, muitas vezes estimulado pela publicidade, banaliza seu uso e afasta as pessoas de soluções mais sustentáveis e saudáveis. É hora de repensar: queremos viver cheios de comprimidos ou cheios de vida?
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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