Pesquisas científicas recentes têm mostrado algo impressionante: quanto mais força muscular uma pessoa tem, menor tende a ser o risco de desenvolver Alzheimer e outros tipos de demência. A relação entre força e saúde cerebral é tão forte que já existem estudos indicando que a força muscular pode ser um preditor mais preciso de risco de demência do que até mesmo testes cognitivos simples.
Um estudo publicado na revista científica JAMA Network Open (2022), que acompanhou mais de 190 mil pessoas ao longo de 11 anos, concluiu que aqueles com maior força de preensão manual (um indicador de força muscular geral) tinham um risco até 58% menor de desenvolver Alzheimer. Os pesquisadores observaram que essa associação se manteve mesmo depois de ajustarem fatores como idade, escolaridade, nível de atividade física e condições pré-existentes de saúde.

Mas por que isso acontece? A força muscular está diretamente ligada à prática regular de exercícios físicos – principalmente os que envolvem resistência, como a musculação. Esses exercícios, além de fortalecer os músculos, melhoram a vascularização cerebral, aumentam a produção de substâncias protetoras do cérebro (como o BDNF, um fator neurotrófico essencial para a plasticidade cerebral) e reduzem processos inflamatórios que estão ligados ao avanço de doenças neurodegenerativas.
Outro estudo de destaque, publicado na Archives of Gerontology and Geriatrics, demonstrou que idosos com maior força nos membros inferiores e superiores apresentavam melhor desempenho em testes de memória e atenção, sugerindo que manter a musculatura ativa ajuda também a preservar funções cognitivas.
Portanto, fortalecer os músculos não é só uma questão estética ou de mobilidade: é também uma estratégia poderosa de prevenção neurológica. Investir na força é investir na saúde do cérebro. Cada treino conta.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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