A inflação na Argentina desacelerou para 2,8% em abril, de acordo com dados divulgados nessa quarta-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O índice ficou abaixo da previsão de 3,1% dos analistas consultados pela agência Reuters e representa uma queda em relação aos 3,7% registrados no mês de março. A taxa acumulada em 12 meses também recuou, ando de 55,9% em março para 47,3% em abril, resultado levemente inferior aos 47,7% previstos pelo mercado.
Essa foi a primeira divulgação da inflação após o fim do controle cambial que limitava a compra de dólares no mercado oficial por pessoas físicas, conhecido como “cepo cambiário”. A restrição vigorou por seis anos e chegou oficialmente ao fim em 14 de abril. No mesmo dia, o governo argentino anunciou um novo regime de bandas para o dólar oficial, com limites fixados entre 1.000 e 1.400 pesos, que serão atualizados mensalmente em 1%.

Mesmo com as mudanças no regime cambial, analistas já previam que não haveria impacto imediato sobre o índice de inflação de abril. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma desaceleração no ritmo inflacionário, com expectativa de que a média ficasse abaixo dos 3,8% registrados em março. No entanto, havia atenção redobrada para possíveis aumentos nos preços mais sensíveis ao câmbio, como os combustíveis, que representam cerca de 4% da composição do índice oficial.
Os dados do Indec indicam uma forte desaceleração inflacionária em 2024. A inflação acumulada no ano caiu para 118%, frente aos 211% registrados ao longo de 2023. A queda ocorre no contexto das medidas econômicas adotadas pelo governo de Javier Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2023 com uma agenda de cortes nos gastos públicos e reformas estruturais na política econômica.
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