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Saúde

Novo estudo sugere medicamentos para tratar mosquitos contra malária

Compostos e inseticidas podem ser usados juntos e primeiros testes devem ser na África.

Profissionais de saúde global costumam tratar a malária com o uso de inseticidas para afastar mosquitos transmissores da doença. No entanto, houve um aumento da resistência aos produtos, e um novo estudo sugeriu outra abordagem: curar os insetos com medicamentos, antes que infectem alguém.

"O verdadeiro assassino é o parasita transmitido por esses mosquitos", disse Flaminia Catteruccia, professora da Escola de Saúde Pública de Harvard T.H. Chan e coautora da pesquisa. "Então, ao eliminar o parasita, eliminamos a fonte da malária", completou Flaminia.

Foto: Reprodução/PixabayProjeto de Lei que obriga o Governo do Piauí a divulgar estoque dos remédios disponíveis na rede pública é aprovado
Novo estudo sugere medicamentos para tratar mosquitos contra malária

Na última quarta-feira (21), a revista Nature publicou um trabalho científico no qual, segundo os pesquisadores, foram identificadas cerca de duas dúzias de medicamentos capazes de eliminar parasitas dentro de mosquitos infectados. Os compostos estariam presentes em mosquiteiros no momento em que os insetos pousassem.

A malária é classificada como a quarta maior causa de morte em países de baixa renda, sendo ainda um flagelo global. Temperaturas mais altas, inundações e outras mudanças climáticas favorecem o surgimento e a reprodução dos mosquitos.

Os pesquisadores buscam novas fontes de financiamento para desenvolver ainda mais os candidatos a medicamentos, já que o congelamento de verbas dos Institutos Nacionais de Saúde afetou o projeto.

Como funciona?

Foram testados 81 antiparasitários por pesquisadores, e descobriu-se que 22 funcionavam bem contra o Plasmodium falciparum, parasita causador da malária. A maioria dos medicamentos que se mostraram eficazes não é comercializada como tratamento. A equipe também desenvolveu dois novos compostos, que espera transformar em medicamentos.

De acordo com os pesquisadores, os medicamentos e os mosquiteiros são simples e relativamente baratos.

Durante o processo de teste, que durou mais de um ano, os medicamentos foram aplicados em materiais semelhantes a mosquiteiros. Mesmo com baixas doses dos compostos, um único material foi capaz de bloquear completamente os parasitas, segundo Alexandra Probst, estudante de doutorado e autora principal do estudo.

Novo estudo

"Ninguém jamais havia tentado matar parasitas no mosquito usando medicamentos", disse Catteruccia. "Historicamente, os dois tipos de mundos são muito separados. Pessoas que trabalham com mosquitos tentam matá-los com inseticidas, e pessoas que trabalham com parasitas tentam matá-los com medicamentos", concluiu a professora.

O antimalárico atovaquona já havia sido usado de maneira semelhante em um estudo anterior, mas o método é caro para prevenir e tratar a doença em humanos.

A nova abordagem deverá ser testada na Etiópia e em Burkina Fasso, dois países da África onde a malária é prevalente. Os cientistas imaginam que compostos e inseticidas sejam usados juntos, agindo sobre os mosquitos e prevenindo tanto infecções quanto a transmissão da malária.

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