Vivemos em uma era em que a solução para qualquer desconforto parece estar à venda em uma prateleira de farmácia. A população, cada vez mais induzida por um marketing agressivo das grandes indústrias farmacêuticas, ou a acreditar que existe um remédio para tudo — e que tomá-los é a forma natural de lidar com os problemas do corpo e da mente. Mas será mesmo que essa é a melhor escolha?
Os medicamentos, quando usados de forma correta e necessária, são avanços extraordinários da ciência e salvam vidas todos os dias. No entanto, o uso indiscriminado, excessivo e muitas vezes desnecessário virou rotina. Pessoas tomam analgésicos para qualquer dor, ansiolíticos para qualquer tristeza, e pílulas para emagrecer, dormir ou acordar — sem considerar causas reais e sem buscar mudanças sustentáveis no estilo de vida.

A verdade é que remédio deveria ser exceção, não regra. O corpo humano foi feito para se adaptar, se fortalecer e se curar em muitas situações — desde que receba os estímulos corretos. Alimentação saudável, prática regular de atividade física, sono de qualidade, controle do estresse e conexões sociais são pilares fundamentais da saúde, mas frequentemente deixados de lado em nome da “solução rápida” que vem em forma de comprimido.
O que está por trás dessa lógica? Uma indústria bilionária que lucra com a doença, não com a saúde. Quanto mais pessoas dependentes de medicamentos, maior o mercado. Por isso, campanhas massivas e sutis reforçam diariamente a ideia de que sentir qualquer incômodo é inaceitável — e que é preciso medicar imediatamente.
Promover saúde não é distribuir comprimidos — é investir em educação, prevenção e qualidade de vida. E isso começa por entender que viver bem vai muito além de uma bula.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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