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Presidente Ednaldo Rodrigues é investigado por fraude e assédio

Presidente da CBF enfrenta denúncias de fraude e assédio; seu futuro é incerto.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está no centro de uma tempestade jurídica e ética que ameaça a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência. As acusações envolvem desde a suposta falsificação de em documentos oficiais até denúncias de assédio moral e sexual. Vamos entender os desdobramentos dessa crise que abala o comando do futebol brasileiro.

contestada de Coronel Nunes

Em fevereiro de 2025, um acordo homologado pela Justiça do Rio de Janeiro manteve Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF. No entanto, uma perícia questionou a autenticidade da de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, no referido documento. O laudo indicou que a não corresponde ao punho do ex-presidente da entidade, que, aos 86 anos, enfrenta problemas de saúde, incluindo um tumor cerebral e cardiopatia grave, segundo matéria publicada pelo Correio do Povo.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) havia agendado para o dia 12 de maio uma audiência com Coronel Nunes para esclarecer a veracidade da no acordo que reconduziu Ednaldo ao cargo. No entanto, o depoimento foi cancelado poucas horas antes do horário marcado após a Justiça ser informada de que, em razão de seu estado de saúde, Nunes não teria condições de comparecer, de acordo com informações da ESPN.

Denúncias na Comissão de Ética

De acordo com a ESPN, a Comissão de Ética da CBF instaurou duas investigações simultâneas contra Ednaldo Rodrigues. As denúncias foram formalizadas pela deputada federal Daniela Carneiro e pelo vereador Marcos Dias Pereira, e envolvem acusações de assédio moral e sexual, além de perseguição a funcionários.

Também foram relatados o uso de câmeras ocultas para vigilância interna e o descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho em 2021, que previa medidas contra práticas abusivas no ambiente laboral.

Reunião com presidentes de federações

Diante do agravamento da crise, Ednaldo Rodrigues convocou uma reunião de emergência com presidentes de federações estaduais. O encontro, realizado em 13 de maio, teve como foco um apelo por apoio. Na ocasião, o presidente da CBF afirmou estar "sob ataque" e cobrou "união" dos dirigentes. A informação foi revelada em apuração da ESPN.

Posicionamento da CBF

Em nota oficial, a CBF defendeu a legalidade do processo que manteve Ednaldo na presidência, afirmando que todos os atos foram conduzidos de forma legítima, com representantes devidamente autorizados. A entidade também afirmou não ter tido o formal ao laudo pericial e criticou o que chamou de uso midiático e precipitado das informações, como noticiado pelo Correio do Povo.

Confira abaixo o comunicado completo da CBF:

"A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais.

Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade em constante do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve o formal ao referido laudo pericial, supostamente assinado por perito particular, que está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo.

A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado.

É absolutamente inverdade que esse processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.

A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados."

Afastamento de Ednaldo Rodrigues

Na tarde do hoje (15), Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF por decisão do desembargador Gabriel Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Esta é a segunda vez que o dirigente deixa o cargo desde que assumiu. A decisão foi motivada por suspeitas de falsificação da do Coronel Nunes em um acordo que validava a permanência de Ednaldo no comando da entidade.

No despacho, Zefiro determinou o afastamento de toda a diretoria da CBF e nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor, encarregado de convocar eleições para os cargos diretivos. Segundo o magistrado, mesmo sem confirmar a fraude, os indícios apresentados indicam a incapacidade cognitiva de Nunes para o documento em questão, o que compromete a legitimidade do acordo.

O laudo que motivou a decisão cita o histórico médico de Nunes, incluindo uma cirurgia para tratar câncer no cérebro em 2023, e relatórios que apontam déficit cognitivo grave. Além disso, foram apresentados documentos que mostram que o ex-dirigente já havia delegado poderes bancários a terceiros, por estar impossibilitado de comparecer a cartórios.

Ednaldo estava no Paraguai, participando do Congresso da Fifa, quando a decisão foi divulgada. Apesar de sua reeleição recente para o mandato que iria até 2030, sua base política vinha se enfraquecendo nas últimas semanas, com vazamentos e pressões crescentes de setores internos da própria CBF.

Resumo do Artigo:

  • contestada: Coronel Nunes nega autenticidade de documento que manteve Ednaldo no cargo.
  • Denúncias de assédio: Comissão de Ética investiga acusações contra o presidente da CBF.
  • Reunião emergencial: Ednaldo pede apoio e afirma estar sob ataque.
  • Posicionamento oficial: CBF defende legitimidade do processo e nega irregularidades.
  • Futuro incerto: Caso se confirme fraude, Ednaldo poderá ser afastado do cargo.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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