A diretora de istração e de Finanças do Sebrae, Margarete Coelho, é, atualmente, a mais cotada dentro do Progressistas para disputar o Governo do Estado do Piauí, nas eleições gerais de 2026, apesar de deixar claro que não há nada decidido. Durante entrevista à Coluna, neste final de março, a ex-deputada federal avaliou o que, em tese, é a principal barreira externa para sua eventual candidatura: a cultura machista, que persiste e que ainda não lança olhares positivos para mulheres dispostas a ocupar espaços centrais do poder. Vale lembrar que, apesar de a própria ex-parlamentar e de Regina Sousa terem ocupado o cargo de governadora, ambas foram eleitas como vice-governadora.
Em sua avaliação, Margarete, que ocupou o cargo de vice-governadora do Estado do Piauí entre 2015 e 2018, na gestão de Wellington Dias, afirmou que vislumbra mudanças positivas no cenário machista e, por fim, decretou: ‘o Piauí está preparado, sim, [para eleger uma governadora mulher]. Está na hora’.

“Eu acho que dá sim. Eu acho que as pessoas já perceberam...apesar de que ainda é muito forte a resistência às mulheres. Eu lembro de que quando eu fui vice, perguntavam-me se eu era a mulher do candidato e perguntavam quem era meu marido. ‘Quem é seu marido?’. Então, ainda tem isso, mas já mudou. De oito anos para cá, já mudou muita coisa e acho que há alguns exemplos bacanas de mulheres que estão na política e que estão fazendo bons governos, boas gestões, e eu acho que o Piauí está preparado, sim. Está na hora”, analisou a filiada ao Progressistas.
Possível candidatura
Após pouco mais de um mês desde que sua possível candidatura veio à tona, Margarete Coelho continua ponderada a respeito das eleições de 2026. Frases como ‘não é hora de bater martelo em nomes’, além de críticas pontuais ao PT, que ocupa o poder Executivo no Piauí há mais de 20 anos, continuam dando o tom em suas declarações.

“Não depende só de mim e do Ciro. O Ciro pode estar apoiando, eu posso estar disposta, mas nós precisamos organizar as oposições. Ninguém pode ser candidato sozinho, não é um sonho pessoal, não é um projeto pessoal. Pra você organizar as oposições, principalmente em um estado em que tem um partido que está instalado há quase 20 anos, há 17 anos, formando bases, formando militância, enfim, há tanto tempo no poder, há uma necessidade de uma oposição muito bem organizada, uma oposição que seja ágil, uma oposição que seja propositiva, e isso depende de muito diálogo. Então, acho que não é hora de a oposição ficar batendo martelo em nome, é hora de a gente escolher um projeto de oposição, é hora de a gente conversar”, afirmou Margarete.
Construção de base
Para finalizar, Margarete afirma que o caminho para o Progressistas é construir uma base sólida no Estado do Piauí, onde há anos partidos mais à esquerda estão mais arraigados. Como sugestão, reitera que a porta de entrada é conversar com as camadas da população e saber o que estas esperam de um líder da oposição.
“Eu tenho até uma imagem que eu achei tão interessante outro dia, alguém fez uma imagem mais ou menos assim: olha, a gente está naquele momento do católico, o católico ele reza por intercessão de Nossa Senhora, por intercessão do Santo Padroeiro. Já os Evangélicos, eles vão direto para Deus, já vão rezando direto. Acho que a gente está nessa hora de conversar com as lideranças, de conversar, ouvir as lideranças que são representativas de determinados segmentos, porque a gente vai construindo esse projeto. Não dá para bater martelo em nome agora, porque está tudo muito aberto ainda, está com muita antecedência, nós não temos pesquisas ainda. E eu não falo de pesquisas quantitativas. Pesquisas quantitativas, tem gente aí que tem mais aprovação do que Jesus Cristo, não é? Nós não vamos trabalhar com pesquisas quantitativas agora. Agora nós queremos pesquisas qualitativas, a gente quer ouvir as pessoas, quer saber o que elas esperam, que perfil elas pretendem, para que aí a oposição possa se reunir e dizer: ‘olha, o perfil que o povo do Piauí está traçando é esse. Essa ou aquela pessoa tem esse perfil?’. A partir daí, vamos dentro do partido ver quem agrega mais e esse é o candidato. Tem que ser uma construção. Não dá pra ser o nome que o Ciro tirou do bolso, o nome que o fulano tirou do bolso, não. Tem que ser uma construção de base”, finalizou nossa entrevistada.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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