Nikolas Ferreira cobra explicações sobre aumento salarial do presidente dos Correios em meio à crise

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) apresentou um requerimento à Câmara dos Deputados solicitando a convocação do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, para prestar esclarecimentos sobre o aumento do próprio salário e de outros benefícios concedidos à alta diretoria da estatal. A solicitação ocorre em meio à grave crise financeira enfrentada pela empresa pública, que registrou prejuízos superiores a R$ 2,6 bilhões no último ano.

Segundo Nikolas, Fabiano Silva e os demais dirigentes da estatal receberam reajustes salariais e ampliaram benefícios como auxílio-moradia, alimentação e previdência complementar, apesar da delicada situação orçamentária da empresa. “A estatal a por uma grave crise orçamentária e precisou recorrer a empréstimos para manter suas operações básicas”, afirmou o deputado nas redes sociais nesta quarta-feira (21).

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Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Nikolas Ferreira (PL)

O parlamentar destacou que o salário do presidente dos Correios subiu 14% desde sua posse, ando de R$ 46.727,77 para R$ 53.286,39 em um período de dois anos. “Ainda assim, os principais dirigentes da empresa continuaram acumulando vantagens. É dever do Parlamento exigir explicações diante de decisões que afetam diretamente o uso de recursos públicos. A população precisa saber quem está tomando essas decisões, com base em quê e a que custo”, completou.

Crise financeira e aumento de gastos

Além do rombo bilionário, os Correios estão sob escrutínio por conta de despesas consideradas excessivas com patrocínios. O tema será analisado pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, por meio de uma iniciativa apelidada de “mini I”.

A crise também tem afetado diretamente os serviços prestados. Empresas contratadas para o transporte de encomendas realizaram uma paralisação em abril, alegando atrasos nos pagamentos. Além disso, servidores dos Correios denunciam que o plano de saúde foi comprometido por atrasos nos rees, o que teria resultado na suspensão de atendimentos médicos, conforme relatou o senador Márcio Bittar (União-SC).